Imagem aérea da comunidade Macuca, em Japaratinga. Foto: Adriano Monteiro
O Ministério do Turismo, em parceria com a UNESCO, lançou recentemente o Guia do Afroturismo no Brasil: Roteiros e Experiências da Cultura Afro-Brasileira, que mapeia 44 iniciativas de turismo cultural protagonizadas por afroempreendedores e comunidades tradicionais em todo o país . Ao organizar roteiros por região, o guia reforça a importância de municípios integrantes do Mapa do Turismo Brasileiro e com ofertas registradas no Cadastur, abrindo espaço para potencializar destinos como Japaratinga (AL), que abriga a histórica comunidade quilombola Macuca.
Desde sua apresentação, o guia tem sido visto como instrumento estratégico para valorizar a herança africana, promovendo turismo sustentável e fortalecendo o protagonismo negro nos municípios selecionados . Em Alagoas, embora o foco inicial tenha recaído sobre sítios já consolidados de memória quilombola, como o Parque Memorial Quilombo dos Palmares, a inclusão de novas parcerias e contínuos diagnóstico e mapeamento permitem vislumbrar a inserção de experiências vivenciais no Quilombo Macuca, em Japaratinga.
Nos últimos meses, iniciativas locais têm se articulado para preparar Macuca a figurar entre as futuras rotas de Afroturismo. Em março de 2024, o Ministério Público Federal realizou uma vistoria à comunidade, composta por cerca de 40 famílias, para avaliar o acesso a serviços públicos e registrar demandas por infraestrutura básica — entre elas, transporte escolar, saúde e saneamento — fundamentais para viabilizar um turismo comunitário de qualidade .
Paralelamente, a Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos de Alagoas (Semudh) incluiu Macuca no Projeto Território de Resistência: Identidade Quilombola em Foco, promovendo oficinas de resgate histórico e fortalecendo o pertencimento identitário dos jovens. “A construção de uma rede entre quilombos alagoanos potencializa a visibilidade dessas comunidades e cria as bases para a oferta de roteiros de Afroturismo com autenticidade e respeito às tradições”, afirmou Jonathan Silva, gerente de Políticas de Monitoramento de Políticas Públicas para Igualdade Racial da Semudh .
Com esses movimentos alinhados ao escopo do Guia do Afroturismo no Brasil, Japaratinga pode avançar na consolidação de sua vocação para o turismo cultural. A expectativa é que, em próximas atualizações do guia, o Quilombo Macuca possa integrar oficialmente as rotas, proporcionando aos visitantes vivências imersivas na história, na culinária, na religiosidade e nas manifestações artísticas da cultura afro-brasileira local.
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